
Frida Kahlo
"Acreditavam que eu era surrealista, mas não o era. Nunca pintei meus sonhos. Pintei minha própria realidade “. São frases como esta que celebram a pintora mexicana. Quando exala o seu último suspiro, no ano de 1954 na Casa Azul, Frida despede-se de uma vida trágica, que perante a partida do seu corpo se eterniza nos seus quadros. A vida sempre se encarregara de a desiludir. Frida morre cansada, cansada das dores, das infidelidades do marido, dos inúmeros relacionamentos amorosos que manteve com diversas figuras públicas, da incapacidade de ter filhos. Apesar do álcool e dos medicamentos, quanto mais avança na vida menos o seu corpo tem vontade de continuar. O sofrimento de Frida é agudo, dividido entre um optimismo relapso e a negra consciência da infelicidade que a assola.
A pomba cedo tenta voar. A poliomielite e um acidente com um autocarro roubam-lhe as asas, pelo que Frida descobre na pintura a arena perfeita para voar em segurança. Quando Diego a conquista, nem imagina o sofrimento que esse amor traria. As traições do elefante embrenham-na numa autêntica colecção de amantes, que Frida vai consumindo. A pintura continua a ser o espaço puro, alheio à poluição da vida. Os dois abortos que sofre durante a sua estadia nos E.U.A. provocam-lhe um desprezo por tudo e as saudades do México que celebra nos seus quadros.
O divórcio chega e Frida quase desespera, até que um ano depois, numa altura em que a morte já ensombra os seus quadros, o marido volta a propô-la em casamento. Diego sempre impedira Frida de se suicidar, receando talvez viver sem ela.
Antes de morrer, Frida Kahlo, pintora mexicana nascida a 6 de Junho de 1907, que desde cedo apoiou causas revolucionárias e cuja pintura lhe legou o reconhecimento internacional ainda em vida, despede-se do mundo que prefer esquecer: “espero alegremente a saída – e espero nunca mais voltar”.
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